Carro brasileiro volta a fazer sucesso na Argentina após transformações econômicas de Milei
A cada cinco veículos vendidos na Argentina em 2024, dois foram importados do Brasil. O aumento das reservas de dólar no país vizinho e o fim de barreiras de importação foram fatores determinantes para esse resultado.
Brasil e Argentina: uma parceria renovada no setor automotivo
Após anos de dificuldades comerciais, as mudanças econômicas promovidas pelo governo de Javier Milei impulsionaram as exportações de veículos brasileiros para a Argentina. Medidas como a eliminação de restrições à importação e a flexibilização do câmbio criaram um ambiente mais favorável para o comércio entre os dois países.
O Brasil exportou mais de 166 mil carros para a Argentina em 2024, faturando US$ 2,6 bilhões – o maior valor desde 2018. Esse crescimento ajudou a compensar a queda nas vendas para o México, que agora representa 24% das exportações brasileiras no setor automotivo.
O que impulsionou o crescimento das exportações?
Um dos principais fatores foi a reversão do déficit comercial argentino. Em 2023, o país vizinho registrou um superávit de US$ 18,9 bilhões, permitindo um reforço nas reservas internacionais, que saltaram de US$ 21 bilhões para mais de US$ 32 bilhões. Atualmente, as reservas argentinas se estabilizaram em US$ 29,5 bilhões.
Além disso, Milei eliminou o imposto sobre operações de câmbio e as exigências de licenças para importação, facilitando o fluxo comercial. Com mais dólares disponíveis, as montadoras brasileiras passaram a ter mais segurança para negociar com o mercado argentino.
Setor automotivo argentino em retomada
O crescimento das exportações para a Argentina tem um impacto significativo na indústria automotiva brasileira. Das 398,5 mil unidades exportadas pelo Brasil em 2024, 40% tiveram como destino o mercado argentino. Esse número consolidou o país vizinho como o principal comprador de veículos brasileiros, superando o México.
Segundo a Anfavea, as compras de carros na Argentina devem superar 500 mil unidades em 2025, refletindo uma recuperação acelerada do setor. O represamento do consumo nos últimos anos, devido à instabilidade econômica, resultou em uma forte demanda reprimida. Com a melhora no poder de compra dos argentinos e o aumento do crédito disponível, a tendência é de crescimento contínuo.
Os desafios pela frente
Apesar da recuperação no setor automotivo, outros segmentos da economia argentina ainda enfrentam dificuldades. No geral, as exportações do Brasil para o país vizinho caíram 17,6% em 2024, totalizando US$ 13,8 bilhões.
Outro desafio é a concorrência crescente dos carros elétricos chineses. O governo Milei eliminou, a partir deste ano, o imposto de importação para até 50 mil veículos eletrificados com preço de até US$ 16 mil. Essa medida pode atrair novas marcas para o mercado argentino e reduzir a fatia das montadoras brasileiras no país.



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