China descarta corte de gastos militares proposto por Trump

China descarta corte de gastos militares proposto por Trump

A China rejeitou a sugestão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as três maiores potências mundiais — EUA, China e Rússia — reduzam seus orçamentos de defesa pela metade.

O contexto da proposta

Recentemente, Trump declarou sua intenção de negociar com Moscou e Pequim uma redução substancial nos gastos militares após o término dos conflitos na Ucrânia e em Gaza. Segundo ele, essa medida poderia direcionar recursos para outras áreas prioritárias e reduzir as tensões geopolíticas.

A ideia foi bem recebida pela Rússia. O presidente Vladimir Putin considerou a proposta viável e demonstrou interesse em iniciar conversas sobre o tema:

🗣 “Poderíamos chegar a um acordo com os Estados Unidos: os Estados Unidos reduziriam 50% e nós reduziríamos 50%. A China então se uniria a nós, se quiser. Acreditamos que esta proposta é boa e estamos abertos a discussões a respeito.”

A posição da China

No entanto, Pequim não demonstrou interesse na proposta. Uma porta-voz do governo chinês evitou responder diretamente, mas reforçou que o país mantém uma abordagem de defesa focada na segurança nacional e não vê necessidade de mudanças drásticas:

🗣 “A China sempre esteve comprometida com o desenvolvimento pacífico. Os gastos em Defesa, limitados, são absolutamente necessários para proteger a soberania, segurança (…) o país não está envolvido em nenhuma corrida armamentista com nenhum outro país.”

Os números do orçamento militar

Para se ter uma dimensão do impacto de um eventual corte, veja os valores atuais dos orçamentos militares das três potências:

  • Estados Unidos: US$ 968 bilhões (2024)
  • China: US$ 235 bilhões
  • Rússia: US$ 145,9 bilhões

Os números mostram que os EUA gastam quatro vezes mais do que a China em defesa e quase sete vezes mais que a Rússia. Pequim, por sua vez, mantém uma postura de crescimento contínuo no setor, justificando o investimento como essencial para sua soberania e estabilidade regional.

Impactos da decisão chinesa

O posicionamento da China sugere que a proposta de Trump dificilmente avançará, ao menos no curto prazo. O país asiático tem priorizado sua modernização militar, impulsionada por avanços tecnológicos e disputas estratégicas, especialmente no Indo-Pacífico. Enquanto isso, os EUA continuam investindo pesadamente na manutenção de sua supremacia global.

A recusa chinesa também destaca a complexidade da geopolítica internacional, onde os interesses de segurança nacional frequentemente se sobrepõem a iniciativas de redução de despesas militares. Resta saber se, no futuro, essa pauta voltará a ser discutida entre as potências ou se a corrida armamentista seguirá em ritmo acelerado.

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