Trump confirma tarifa de 50%, mas exclui quase 700 produtos e alivia impacto sobre Brasil
O ex-presidente Donald Trump oficializou nesta sexta-feira a nova política de tarifas de importação dos Estados Unidos, impondo alíquota de 50% sobre produtos estrangeiros. No entanto, o anúncio veio acompanhado de uma lista de quase 700 exceções, incluindo itens cruciais para a economia brasileira, o que reduziu significativamente o impacto imediato do tarifaço.
Ficaram de fora da medida produtos como suco de laranja, combustíveis, fertilizantes, certos metais e aeronaves, o que representou um grande alívio para a Embraer, que viu suas ações dispararem quase 11% após o comunicado.
Segundo dados da Câmara de Comércio para o Brasil, aproximadamente US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras estarão isentas das novas tarifas, o que equivale a 43,4% do total vendido aos EUA em 2024. Já estimativas do Goldman Sachs apontam que, com as exceções, o impacto médio das tarifas será de 30,8%, em vez dos 36,8% inicialmente projetados.
Apesar das exceções, produtos estratégicos como café, cacau, carne e frutas seguem na lista de itens tarifados, o que mantém acesa a preocupação de parte do agronegócio brasileiro.
A repercussão política no Brasil foi imediata:
- Aliados do governo comemoraram o recuo parcial de Trump, destacando o papel de Geraldo Alckmin nas negociações comerciais e reforçando a importância do diálogo estabelecido pelo presidente Lula.
- Opositores, por outro lado, minimizaram o resultado, argumentando que Trump costuma usar a tática do endurecimento seguido de concessões como estratégia calculada de barganha.
A nova política entra em vigor no próximo dia 6 de agosto, dando ao governo brasileiro mais uma semana para ampliar articulações diplomáticas e tentar remover outros itens da lista tarifária.
Nova investida sobre a Índia
Além das medidas que afetam o Brasil, Trump também anunciou tarifas de 25% sobre produtos indianos, além da aplicação de uma “multa” — ainda sem valor estipulado — pelas compras de petróleo e armas da Rússia. Segundo ele, Nova Déli estaria financiando a guerra na Ucrânia ao manter laços comerciais com Moscou.
Trump também declarou que países que continuarem comprando produtos russos podem ser alvo de sanções americanas, o que acendeu alerta em economias emergentes, incluindo o Brasil, que mantém relações comerciais com a Rússia em áreas como fertilizantes, petróleo e tecnologia militar.
Com o cenário global se tornando cada vez mais instável, os próximos dias serão decisivos para o posicionamento do Brasil diante da nova onda protecionista que ressurge no centro do poder econômico mundial.



Publicar comentário