O presidente Donald Trump utilizou o final de semana para lançar duas propostas econômicas que visam diretamente a classe média americana, em um claro movimento para reacender o “sonho americano” e fortalecer sua base. As iniciativas misturam protecionismo fiscal com uma intervenção inédita na política habitacional.

A primeira é o chamado “dividendo nacional”. O governo promete transferir US$ 2 mil para cada americano de baixa e média renda, com o recurso sendo pago com o dinheiro arrecadado pelas próprias tarifas de importação. A receita das tarifas subiu de US$ 9 bilhões em março para US$ 34 bilhões em outubro, e Trump usa esse crescimento para justificar o que seria o primeiro programa de transferência direta de renda em larga escala sob um governo republicano.

Hipotecas de 50 anos e o alto custo da casa própria

Trump não parou na renda. A segunda proposta bombástica é a criação de hipotecas de 50 anos, com taxa fixa, para tentar tornar a casa própria mais acessível. A ideia é reduzir o valor das parcelas ao alongar o prazo de pagamento, combatendo um cenário em que a família média americana gasta quase 40% da renda com financiamento. A medida é uma resposta direta ao aumento da idade média para a compra do primeiro imóvel, que hoje é de 40 anos nos EUA.

No entanto, a proposta divide opiniões:

• Apoiadores veem a medida como um “gás” para a aquisição da casa própria.
• Críticos alertam que o modelo pode encarecer os imóveis e prender as famílias em dívidas que se tornam praticamente vitalícias.

Com as duas propostas, Trump tenta reforçar a imagem de um governo que faz o dinheiro “voltar para o povo”, posicionando-se como o defensor do bolso e do patrimônio da classe média.