No gramado, a rivalidade é histórica. Mas no campo dos negócios, Brasil e Argentina vivem uma fase de aliança que impulsiona a economia brasileira. A leve recuperação econômica dos hermanos está se traduzindo em números expressivos no comércio bilateral. De janeiro a setembro de 2025, as exportações do Brasil para o país vizinho somaram US$ 14,2 bilhões, um crescimento de 47% em relação ao ano anterior.

A mudança é tão significativa que o saldo comercial, que era negativo no ano passado, agora registra um superávit de +US$ 4,7 bilhões para o Brasil.

Do setor automotivo às praias: O impacto do dólar

A espinha dorsal desse avanço é o setor automotivo: carros e autopeças representam mais de um terço das vendas brasileiras para a Argentina. No entanto, o impacto da recuperação argentina vai muito além das fábricas.

Com o peso valorizando, o Brasil se tornou um destino mais acessível. Entre janeiro e setembro, 2,8 milhões de argentinos visitaram o país, injetando US$ 2,14 bilhões na nossa economia. A presença de turistas argentinos se tornou maciça em destinos que vão de Morro de São Paulo a Barra da Tijuca.

Essa combinação de crescimento das exportações e turismo fez com que os argentinos injetassem o equivalente a 1% do PIB brasileiro na economia só em 2025, provando que, nos negócios, o Brasil e a Argentina estão jogando no mesmo time.