A máquina pública no Brasil oferece um dos maiores bônus salariais do mundo. Segundo dados recentes, quem é servidor público ganha, em média, 72% mais do que o trabalhador da iniciativa privada (R$ 4.131 vs. R$ 2.406). O mais intrigante é que essa diferença salarial se mantém mesmo ao se isolar fatores como escolaridade e tempo de experiência.

O Brasil tem hoje cerca de 12 milhões de servidores, o que representa 13% da força de trabalho. Embora esse percentual seja menor que a média dos países ricos (17%), o país está entre os que mais gastam com esses trabalhadores no mundo: são R$ 1,5 trilhão por ano, o equivalente a 13,5% do PIB.

O alto custo da Justiça e a urgência da Reforma Administrativa

A maior parte do dinheiro público, no absoluto, vai para o Poder Executivo, que concentra 94% dos servidores. No entanto, é o Judiciário que eleva a média salarial do país, com um salário médio de R$ 14,9 mil, quase o triplo da média do Executivo.

O alto custo da máquina pública tem feito com que parlamentares tentem tirar da gaveta um projeto que tramita há mais de 20 anos no Congresso: a Reforma Administrativa. Os defensores da proposta buscam:

• Reduzir os supersalários no setor público.
• Implementar avaliações de desempenho para os servidores, algo que metade dos estados e 60% das capitais brasileiras ainda não fazem.

A reforma é vista como essencial para controlar o rombo fiscal e garantir que o alto custo da máquina pública se traduza em serviços de qualidade para a população.