Golaço de Milei: Vitória em eleições legislativas impulsiona otimismo no mercado argentino

Golaço de Milei: Vitória em eleições legislativas impulsiona otimismo no mercado argentino

A política de choque de Javier Milei acaba de receber um forte endosso nas urnas. O partido do presidente argentino conquistou uma surpreendente vitória nas eleições legislativas deste domingo, vencendo inclusive na província de Buenos Aires, um reduto tradicionalmente dominado pelo peronismo. A relevância do triunfo é comparada a um improvável revés do PT no Nordeste brasileiro.

O resultado político teve um impacto imediato e eufórico no mercado financeiro. A Bolsa de Buenos Aires disparou 23%, registrando o maior salto desde a eleição presidencial de Milei em 2023. Paralelamente, o peso argentino teve uma valorização de 10% em relação ao dólar, o maior aumento em mais de 20 anos.


Continuidade nas reformas e o apoio de Washington

Para os investidores, a vitória de Milei significa a continuidade nas reformas econômicas radicais e a percepção de um menor risco político, injetando confiança e estabilidade no mercado.

O bom humor dos hermanos também foi reforçado por gestos de apoio dos Estados Unidos, que prometeram um swap cambial de US$ 20 bilhões e a criação de um fundo de investimento bilionário em dívidas argentinas.

Apesar da euforia, analistas pedem cautela. Milei terá que manter o rigor fiscal e evitar os erros de seu antecessor, Mauricio Macri, que também venceu as eleições de meio de mandato em 2017 e acabou derrotado.


Brasil: Contas externas no vermelho e alerta de vulnerabilidade

Enquanto a Argentina celebra, o Brasil acende um alerta nas suas contas externas. O país está enviando mais dinheiro para fora do que recebendo, resultando em menos dólares circulando na economia. Nos últimos 12 meses até setembro, o balanço de transações correntes registrou um déficit de US$ 79 bilhões, o equivalente a 3,6% do PIB.

O principal vetor dessa fuga de capital são as remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras, que enviaram US$ 39 bilhões para o exterior entre janeiro e setembro deste ano, um valor superior ao do mesmo período de 2024. O brasileiro também contribui com o déficit ao gastar mais com serviços internacionais, como streamings, jogos, nuvem e apostas online.

Apesar do saldo negativo, o Banco Central argumenta que o Brasil ainda consegue equilibrar as contas com a entrada de investimentos estrangeiros diretos (US$ 75,8 bilhões em 12 meses). Contudo, analistas de bancos privados alertam que, se a tendência de saída de capital se mantiver, em 2025 o dinheiro que sai pode superar o que entra, um cenário que não acontece há 10 anos e que pode deixar o Brasil mais vulnerável em suas contas com o mundo.

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