O aperto de mãos na Malásia: Lula e Trump se reúnem e iniciam negociação sobre tarifas

O aperto de mãos na Malásia: Lula e Trump se reúnem e iniciam negociação sobre tarifas

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump realizaram sua primeira reunião bilateral na Malásia, em um encontro de 45 minutos que pode reverter a crise diplomática e comercial entre os dois países. O resultado imediato da cúpula, realizada na madrugada de domingo (26) no horário de Brasília, foi o acordo para iniciar imediatamente a negociação sobre o tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros e as sanções contra autoridades.

Lula classificou a reunião como “ótima” e “franca e construtiva”. O presidente brasileiro argumentou que as tarifas não têm base técnica, uma vez que os EUA mantêm superávit na balança comercial com o Brasil. Trump, ao lado de Lula antes da reunião, disse ser uma honra estar com o presidente e que eles fariam “alguns bons acordos”.


O dever de casa e o tema Bolsonaro

O encontro resultou em um cronograma de negociações. As equipes brasileiras e americanas se reuniriam imediatamente com o representante Comercial dos EUA, Howard Lutnick, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Estado, Marco Rubio. O chanceler Mauro Vieira expressou a expectativa de que o tarifaço seja suspenso “em pouco tempo”.

Apesar do foco econômico, o tema Jair Bolsonaro e as sanções ao STF surgiram. Trump disse que “se sente mal” pelo que o ex-presidente brasileiro passou. Lula, por sua vez, garantiu ao americano que o julgamento seguiu o devido processo legal e que a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do STF era injusta, reforçando que não há perseguição política.


Visitas recíprocas e a diplomacia da paz

O encontro também selou uma reaproximação diplomática, com a combinação de visitas recíprocas: Trump deve ir ao Brasil e Lula, aos EUA. Além da agenda comercial, Lula propôs ser um interlocutor com a Venezuela, defendendo que a América do Sul seja uma zona de paz e buscando soluções mutuamente aceitáveis para o impasse entre EUA e Caracas. O encontro na Malásia, que parecia “impossível”, é o pontapé inicial de uma nova e cautelosa fase nas relações bilaterais.

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