O Cerco de Paris: França propõe taxar cidadãos mesmo após a mudança para o exterior

O Cerco de Paris: França propõe taxar cidadãos mesmo após a mudança para o exterior

A França, sufocada por uma dívida pública de € 3,3 trilhões (equivalente a 114% do PIB), busca soluções fiscais radicais e polêmicas. O governo estuda a criação de um “imposto universal direcionado” que obrigaria franceses de alta renda a continuar pagando tributos ao país por até 10 anos após a mudança para o exterior.

A proposta mira quem tem renda anual superior a € 235 mil e decide se mudar para países com carga tributária pelo menos 40% menor que a francesa. O objetivo, liderado pela ala de esquerda, é claro: aumentar a arrecadação em meio à crise fiscal e frear os cortes de gastos públicos.


A inspiração americana e o imposto sobre a fortuna

A ideia do “imposto universal” é inspirada no modelo dos Estados Unidos, onde a tributação é baseada na cidadania, e não na residência — ou seja, o americano deve impostos a Washington onde quer que viva.

A proposta enfrenta forte resistência da direita e dos aliados de Macron na Assembleia Nacional. No entanto, ela faz parte de um conjunto de medidas que buscam taxar os mais ricos. Outro projeto em debate é o “imposto Zucman”, que cobraria uma taxa anual de 2% sobre fortunas acima de € 100 milhões.

Críticos alertam que o aumento da tributação pode ter o efeito contrário, afastando os mais ricos do país. É aí que o conceito de taxar quem fugiu da França ganha relevância, tentando garantir que a riqueza gerada pelos cidadãos continue a alimentar os cofres públicos, independentemente de sua residência.

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