Paradoxos do combustível: Petróleo despenca, mas a gasolina segue em alta no Brasil
O consumidor brasileiro enfrenta um paradoxo econômico no posto de combustível. Enquanto o preço internacional do barril de petróleo caiu cerca de 40% nos últimos três anos, atingindo o menor valor da década (pouco mais de US$ 60), o preço médio da gasolina no Brasil subiu mais de 20% no mesmo período.
A desconexão entre a queda do petróleo e o aumento na bomba não tem relação com os custos de produção da Petrobras, que mantém seus preços estáveis desde junho, mas sim com questões puramente fiscais.
O peso dos impostos na bomba
A alta no preço do combustível é resultado direto de decisões tributárias tomadas nas esferas estadual e federal:
- ICMS dos Estados: Em 2022, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi reduzido para conter a inflação. No entanto, os estados reverteram a medida, elevando o imposto para uma taxa fixa. Em 2025, essa taxa subiu novamente em 10 centavos, chegando a R$ 1,47 por litro.
- PIS/Cofins da União: O Governo Federal voltou a cobrar o PIS/Cofins sobre os combustíveis em 2023, tributos que haviam sido zerados durante a pandemia.
O resultado final é uma gasolina que custa 8% acima do preço internacional de referência. Atualmente, o preço médio do litro no país é de R$ 6,21, sendo que mais de um terço desse valor (cerca de R$ 2,07) é composto por impostos. A alta nos tributos é o principal motor do encarecimento do combustível.



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