A diplomacia entre Brasil e Estados Unidos deu seu primeiro passo concreto em Washington. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, em um encontro que o governo brasileiro classificou como “cordial e produtivo”. A reunião, com pouco mais de uma hora de duração, é o primeiro sinal de degelo após meses de tensões diplomáticas e comerciais, intensificadas pelas tarifas de 50% impostas por Donald Trump à economia brasileira.

O “dever de casa” da nova parceria

A reunião serviu como um verdadeiro kick-off diplomático. Assim como no telefonema entre Lula e Trump na semana passada, o encontro evitou temas sensíveis e focou na reestruturação do diálogo. Os dois países saíram com o compromisso de mapear as prioridades para as negociações futuras, que devem ocorrer diretamente entre os presidentes, talvez ainda neste ano.

O Brasil foca na reversão das tarifas e na ampliação do diálogo comercial. Já os Estados Unidos demonstram interesse em pressionar por maior acesso ao mercado brasileiro de etanol, às chamadas terras raras e, de forma notável, a dados financeiros, especialmente os relacionados ao sistema PIX. O encontro sinaliza que, apesar da cordialidade inicial, a reaproximação será marcada por negociações de alto nível e pressão em áreas estratégicas da economia.