A relação entre o Planalto e o Congresso Nacional atingiu um nível de desencontro sem precedentes na história recente do país. Com derrotas consecutivas e dificuldades para aprovar medidas prioritárias, o Governo Lula registra o pior desempenho de um Executivo desde 1988 na conversão de propostas em lei.

Desde janeiro de 2023, apenas 62 das 239 propostas enviadas pelo Executivo foram transformadas em lei, o que representa um índice de aprovação de apenas 25%.

A fragilidade da articulação e o alerta para 2026

O baixo índice de aprovação expõe a fragilidade da articulação do Planalto e a fragmentação de um Parlamento cada vez mais polarizado. Pautas cruciais para o governo, como a PEC da Segurança, o Plano Nacional de Educação e a regulamentação do trabalho por aplicativos, estão travadas, e a equipe econômica teme novas derrotas na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, marcada para esta semana.

A preocupação com o desgaste já mira as eleições de 2026. Em uma tentativa de contornar a crise, o governo lançou uma campanha nas redes sociais para estimular a população a pressionar deputados e senadores pela aprovação de pautas sociais, como a isenção do IR até R$ 5 mil. O movimento sinaliza que a principal estratégia do Planalto para vencer o impasse no Congresso é apelar diretamente para a opinião pública.