Varejo em crise: A maior escassez de mão de obra dos últimos 5 anos
O comércio brasileiro enfrenta um paradoxo que ameaça sua competitividade. Enquanto o país ainda tem cerca de 6 milhões de desempregados, o setor registra a maior escassez de profissionais dos últimos cinco anos. Um levantamento recente mostrou que falta mão de obra em 57 das 100 principais funções do varejo, abrangendo desde operadores de telemarketing até analistas de negócios e especialistas em logística.
O problema central está no descompasso entre oferta e demanda. O varejo se tornou digital, exigindo dos candidatos habilidades técnicas e digitais que grande parte da força de trabalho disponível não possui. O resultado é um cenário em que as vagas permanecem abertas e a taxa de desemprego não cai na mesma velocidade.
Salários e benefícios: O custo da escassez
A falta de pessoal está forçando o setor a buscar soluções caras para atrair e reter talentos. Mesmo empregando 10,5 milhões de pessoas e gerando 56 mil novas vagas neste ano, a demanda segue superior à oferta. As empresas estão recorrendo a bônus por qualidade de serviço, vale-alimentação dobrado e contratos mais flexíveis (horistas) para tentar preencher as lacunas.
Essa corrida por talentos tem um impacto direto na economia. A escassez pressiona os salários para cima, encarece as operações e ameaça travar um setor que responde por 1 em cada 5 empregos formais do país. Na ponta, o comércio pode perder competitividade, e o consumidor final pode sentir o peso dessa crise com um aumento nos preços dos produtos.



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