Fim do tratamento especial: China abre mão de status de país em desenvolvimento na OMC

Fim do tratamento especial: China abre mão de status de país em desenvolvimento na OMC

Em um movimento de grande peso geopolítico e econômico, a China anunciou que não se declarará mais como “país em desenvolvimento” nos acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC). O rótulo, mantido por anos, sempre garantiu a Pequim condições de competição mais suaves no comércio global, incluindo prazos maiores para reduzir tarifas de importação, e permitia que o país mantivesse subsídios estatais por mais tempo sem sofrer sanções.

Com a decisão, a segunda maior economia do mundo abre mão dessas flexibilidades e passa a competir no mesmo nível de potências como os Estados Unidos e a União Europeia.


Vitória de Trump e o jogo de ambiguidade de Pequim

Para os americanos, a mudança é uma grande vitória. O ex-presidente Donald Trump vinha cobrando esse movimento há anos, classificando como incoerente o maior exportador do planeta pedir “tratamento especial”.

No entanto, Pequim demonstrou que o passo não é completo. Embora tenha aceitado jogar como potência dentro da OMC, o país ainda se apresenta como “país em desenvolvimento” em outros fóruns internacionais. A estratégia visa manter sua influência e legitimidade no Sul Global.

Apesar de abrir mão de vantagens históricas, a China entra na nova fase da OMC com uma posição de força. O país sustenta um colossal superávit de US$ 1,2 trilhão, impulsionado por um volume de exportações que, ironicamente, ganhou ainda mais força após a imposição das tarifas de Trump.

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