Em um domingo de mobilização nacional, manifestantes saíram às ruas em todas as 27 capitais e em diversas outras cidades brasileiras. Convocados nas redes sociais, os atos tiveram como alvo a PEC da Blindagem e o projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, duas medidas controversas que ganharam força na Câmara dos Deputados.

Em São Paulo, a manifestação reuniu mais de 42 mil pessoas na Avenida Paulista. No Rio, 41 mil se concentraram em Copacabana, em um ato que contou com a presença de artistas como Gilberto Gil, Chico Buarque e Caetano Veloso. As mobilizações, que foram pacíficas em sua maioria, uniram movimentos de esquerda, artistas e políticos em uma clara mensagem de repúdio às propostas do Congresso.

O embate político e a resistência no Senado

A PEC da Blindagem, que busca proteger deputados e senadores de processos penais no STF, é vista como uma tentativa de enfraquecer o Judiciário. Críticos da proposta afirmam que ela, na prática, inviabilizará a abertura de ações penais contra parlamentares. A pressão nas ruas já ecoou no Senado, onde o presidente da CCJ, Otto Alencar, se manifestou contra a PEC, afirmando que o texto será pautado para ser “sepultado de vez”.

O projeto de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro também foi alvo de protestos. A proposta, que recebeu regime de urgência na Câmara, é vista pelos manifestantes como um desrespeito à democracia e à Justiça. A mobilização nas ruas mostra que o tema da anistia, que o governo e o Congresso tentam aprovar para “pacificar o país”, está longe de ser aceito pela sociedade.