Crime e mercado financeiro: Operação contra o PCC revela esquema de R$ 30 bilhões na Faria Lima
O Brasil acordou com a notícia de uma operação que expõe uma nova e sofisticada face do crime organizado. A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a Operação Carbono Oculto, a maior ofensiva já registrada contra o crime organizado na economia formal. Com 1.400 agentes em oito estados e 200 mandados de busca, a operação mirou 350 alvos ligados ao PCC, incluindo endereços no coração financeiro do país: a Faria Lima.
O ponto de partida da investigação foi um esquema de sonegação de impostos no setor de combustíveis que, ao longo de anos, sonegou R$ 7,6 bilhões aos cofres públicos, usando distribuidoras e postos como fachada. Mas o que a investigação revelou foi uma engrenagem ainda mais complexa.
Do tráfico aos fundos de investimento
A operação descobriu que o dinheiro ilícito do PCC era injetado no mercado financeiro por meio de fundos de investimento e fintechs. Foram identificados 40 fundos, com um patrimônio superior a R$ 30 bilhões, controlados indiretamente pela facção. Muitos deles eram “fundos de um cotista só”, criando camadas de opacidade para dificultar a identificação da origem das cifras.
Casos emblemáticos foram expostos, como o da BK Bank, uma fintech que movimentou R$ 17,7 bilhões em operações suspeitas. A Reag, empresa com capital aberto na bolsa, também teve uma queda de 16% em suas ações após a operação.
A Carbono Oculto mostra que o PCC deixou de ser apenas um grupo do submundo do crime e passou a atuar como um conglomerado econômico, misturando lucros lícitos e ilícitos. A operação é uma resposta contundente do governo Lula ao crime organizado, um dos principais pontos de preocupação da população, e serve como um alerta para a fragilidade do sistema financeiro diante de esquemas tão complexos.



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