Cerco se fecha: PF indicia Bolsonaro e Eduardo por coação e recupera celular com novos indícios
Em mais um desdobramento da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, a Polícia Federal apertou o cerco contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Ambos foram indiciados por coação a autoridades, com a PF afirmando que eles agiram para obstruir o processo judicial.
A investigação teve um salto significativo com a recuperação de mensagens e áudios apagados do celular de Bolsonaro. Entre as descobertas estão indícios de movimentações financeiras suspeitas, com R$ 2 milhões em transferências fracionadas entre pai e filho, além da produção de conteúdo proibido para redes sociais.
A maior revelação, no entanto, foi um rascunho de pedido de asilo político na Argentina. Para a Polícia Federal, o documento reforça a tese de que Bolsonaro planejava deixar o país desde fevereiro de 2024. O ministro do STF Alexandre de Moraes deu um prazo de 48 horas para a defesa do ex-presidente explicar o descumprimento de medidas cautelares.
Mensagens revelam ‘climão’ e racha político na família
O celular recuperado também trouxe à tona conversas que expõem as tensões políticas e familiares entre os dois. Em um dos diálogos, Eduardo cobra o pai para que agradecesse a Donald Trump pelas tarifas impostas contra o Brasil, um pedido que, segundo a PF, reforça o alinhamento político com os EUA.
Em outra mensagem, a relação familiar se deteriorou. Irritado com declarações do pai sobre Tarcísio de Freitas, Eduardo dispara: “VTNC seu ingrato do c…!”. Em outro momento, ele acusa o pai de comprometer sua imagem no exterior, mostrando a fragilidade das relações no clã Bolsonaro.
Silas Malafaia na mira da PF
A operação da Polícia Federal também se expandiu para o círculo mais próximo de Bolsonaro, com o pastor Silas Malafaia entrando no radar das investigações. Agentes da polícia cumpriram mandado de busca e apreensão de seu celular e passaporte no Aeroporto Internacional do Galeão.
Em diálogos recuperados, Malafaia chegou a chamar Eduardo de “babaca” após desentendimentos sobre a divulgação de medidas de Trump contra o Brasil. Em resposta à ação da PF, o pastor afirmou que “terão que prendê-lo para calá-lo” e que o “Brasil está caminhando para uma venezuelização”. O pastor será intimado a depor nas próximas semanas.



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