Trump eleva tarifas sobre o Canadá para 35%; Carney se diz “decepcionado”

Trump eleva tarifas sobre o Canadá para 35%; Carney se diz “decepcionado”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a tarifa sobre algumas exportações canadenses de 25% para 35%, justificando a medida com a alegação de que Ottawa não estaria colaborando no combate ao tráfico de fentanil e outras drogas rumo aos EUA. Em resposta, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, declarou estar “decepcionado” com a decisão.

Apesar do aumento, a maioria dos produtos canadenses continuará isenta graças ao Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), abrangendo itens como alimentos frescos, energia e diversos produtos industriais. Alguns setores, como laticínios, madeira e couro, ainda podem sofrer impactos conforme evoluam as negociações.

O anúncio faz parte de uma rodada mais ampla de tarifas recíprocas impostas a dezenas de países, variando entre 10% e 50%. Pequenas economias do Pacífico, como Vanuatu e Papua Nova Guiné, receberam taxas de 15%. Produtos já embarcados até 7 de agosto ou em trânsito antes de 5 de outubro não serão afetados.

Funcionários da Casa Branca afirmaram que os canadenses foram menos construtivos nas negociações do que o México, motivando o aumento. Trump também citou questões políticas, como a possível decisão canadense de reconhecer o Estado da Palestina, como complicadores para um acordo comercial.

Autoridades canadenses reforçam que o país responde por apenas 1% das importações de fentanil nos EUA e que realiza investimentos históricos no combate ao tráfico, incluindo a contratação de milhares de policiais e agentes de fronteira. Mary Ng, ex-ministra de Comércio Internacional, afirmou que as tarifas reforçam a necessidade de diversificação dos parceiros comerciais do Canadá além dos EUA.

Além do Canadá, países asiáticos foram duramente atingidos: Índia e Taiwan receberam tarifas de 25% e 20%, respectivamente, enquanto o Laos teve aumento para 40%. A Coreia do Sul negociou uma tarifa menor de 15% em troca de investimentos e concessões aos EUA.

As medidas integram a estratégia de Trump para “reconstruir a maior economia da história do mundo”, segundo a Casa Branca, apesar de economistas alertarem para o impacto no custo de produtos e na economia americana.

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