Carla Zambelli é presa na Itália após dois meses foragida e pode ser extraditada
A deputada federal Carla Zambelli foi presa em Roma após dois meses foragida e incluída na lista de procurados da Interpol. Ela foi localizada em um apartamento na capital italiana, após uma denúncia feita pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que informou às autoridades o endereço em que a parlamentar brasileira estava residindo.
A defesa de Zambelli afirma que ela teria se entregado espontaneamente à polícia italiana, o que foi desmentido pela Polícia Federal brasileira, que classificou a prisão como fruto de cooperação internacional e diligência de monitoramento.
Em vídeo divulgado por seu advogado, Zambelli afirmou que não pretende retornar ao Brasil:
“Se eu tiver que cumprir qualquer pena, que seja aqui na Itália, um país justo e democrático.”
A parlamentar foi condenada em maio deste ano pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa equivalente a dois mil salários mínimos. A decisão foi baseada em seu envolvimento com o hacker Walter Delgatti, com quem atuou na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e na adulteração de documentos oficiais, em janeiro de 2023.
O STF também determinou a perda do mandato parlamentar, mas a cassação ainda depende de deliberação da Câmara dos Deputados.
Agora, as autoridades italianas têm até a tarde de quinta-feira (48 horas após a prisão) para decidir se Zambelli permanecerá detida, se passará à prisão domiciliar em território italiano ou se será extraditada ao Brasil para cumprir a pena. O caso pode gerar embates diplomáticos, dada a natureza política da condenação e os argumentos levantados pela defesa sobre possível perseguição.



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