Israel anuncia pausas diárias em Gaza para permitir entrada de ajuda humanitária

Israel anuncia pausas diárias em Gaza para permitir entrada de ajuda humanitária

Em meio ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza e à crescente pressão internacional, o governo de Israel anunciou a implementação de pausas diárias de 10 horas nos combates em três áreas do território palestino, com o objetivo de facilitar o acesso de ajuda humanitária. A medida foi divulgada nesta semana, em resposta às imagens cada vez mais alarmantes de crianças severamente desnutridas e ao avanço da fome extrema na região.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 500 mil pessoas em Gaza estão em situação de insegurança alimentar aguda. Desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023, ao menos 133 mortes por desnutrição foram registradas — sendo 63 apenas no mês de julho, incluindo 24 crianças com menos de cinco anos.

A decisão de estabelecer corredores humanitários ocorre em um momento de tensão diplomática crescente. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a medida tem como objetivo eliminar as “desculpas” apresentadas pela ONU quanto às dificuldades no envio de suprimentos. Ele reiterou acusações de que o grupo Hamas estaria desviando a ajuda humanitária para reforçar suas operações.

A ONU, por sua vez, rejeitou as acusações de Tel Aviv. Em nota, a organização afirmou que seu sistema de distribuição é o mais eficiente e seguro disponível para garantir que alimentos e medicamentos cheguem às populações mais vulneráveis.

O número de mortos em Gaza desde o início do conflito já ultrapassa 58 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, que é administrado pelo Hamas. A ofensiva foi deflagrada após os ataques terroristas promovidos pelo grupo extremista em território israelense, em outubro do ano passado.

Apesar das pausas anunciadas, autoridades internacionais e agências humanitárias alertam que a medida é insuficiente diante da magnitude da catástrofe social e sanitária em curso. A continuidade dos combates, a escassez de recursos e o colapso de infraestrutura básica agravam o cenário de calamidade na região, tornando cada hora de cessar-fogo um fator crítico para a sobrevivência de milhares de civis.

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