Geopolítica derruba contrato bilionário da Embraer
A Embraer acaba de sofrer um revés expressivo no mercado internacional. A LOT Polish Airlines — principal companhia aérea da Polônia — anunciou a compra de 40 jatos Airbus A220, em um acordo estimado em US$ 2,7 bilhões, o maior já fechado pela empresa polonesa.
O que torna a decisão especialmente relevante é que ela rompe uma parceria de décadas com a Embraer, cujos jatos eram, há anos, a espinha dorsal da frota regional da LOT.
E a razão por trás dessa mudança parece não estar ligada a preço ou desempenho técnico.
De acordo com analistas do setor, a geopolítica foi o fator determinante. A recente visita do presidente Lula a Moscou, em plena guerra da Ucrânia, foi muito mal recebida na Polônia — um dos países mais alinhados com Washington e entre os mais críticos ao regime de Vladimir Putin na Europa.
A própria Embraer admitiu, em nota, que “a geopolítica desempenhou um papel relevante” na escolha da LOT.
Para a fabricante brasileira, que registrou uma receita de R$ 35,4 bilhões em 2024, a perda do contrato é significativa — embora não deva comprometer suas finanças no curto prazo. Nesta mesma semana, a empresa fechou um novo e robusto contrato com a americana SkyWest, no valor de US$ 3,6 bilhões (preços de lista), o que ajuda a compensar parcialmente o impacto.
Mesmo assim, o episódio serve como um alerta: no jogo global da aviação, a política internacional continua pesando tanto quanto a performance das aeronaves.



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