“Super Quarta” eleva Selic para maior nível em quase 20 anos
Banco Central aumenta taxa básica de juros para 15% ao ano e coloca Brasil com o 2º maior juro real do mundo
Após semanas de incerteza e divergências no mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar a taxa Selic de 14,75% para 15% ao ano. O novo patamar é o mais alto desde julho de 2006 e representa a 7ª alta consecutiva desde setembro de 2024.
A decisão foi unânime entre os membros do comitê e foi tomada em meio a uma “Super Quarta”, quando também saem decisões de política monetária nos Estados Unidos e em outras economias relevantes.
Com o aumento, o Brasil passa a ocupar o posto de 2º maior juro real do mundo — ou seja, a taxa básica de juros descontada da inflação.
Justificativa
Segundo o comunicado do Copom, a inflação acumulada em 12 meses, medida pelo IPCA, caiu para 5,25%, mas segue acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5% para 2025.
Além disso, o comitê apontou incertezas no cenário fiscal como um fator de pressão sobre os juros. Entre os pontos de atenção está a proposta do governo federal de elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que enfrenta resistência no Congresso e pode acabar sendo barrada.
Perspectivas
Apesar da nova alta, o BC sinalizou que deve pausar o ciclo de elevação da Selic nas próximas reuniões, para avaliar os efeitos cumulativos da política monetária sobre a economia. Segundo o Copom, essa pausa dependerá da manutenção de um cenário de convergência da inflação em direção à meta.



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