Presidente brasileiro critica tarifas dos EUA e amplia parceria com Putin em áreas estratégicas

Durante uma visita oficial a Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o líder russo Vladimir Putin para reforçar os laços entre Brasil e Rússia. O encontro ocorreu no contexto das celebrações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, e foi usado por Putin como uma forma de demonstrar que a Rússia continua ativa no cenário internacional, apesar das sanções e do isolamento promovido por países ocidentais.

🇧🇷🤝🇷🇺 Parceria estratégica

Lula aproveitou a ocasião para defender o multilateralismo e criticar a política econômica recente dos Estados Unidos, em especial o pacote de novas tarifas unilaterais anunciadas por Donald Trump sobre produtos importados de mais de 180 países — incluindo o Brasil.

“As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, jogam por terra a grande ideia do livre comércio, jogam por terra a grande ideia do fortalecimento do multilateralismo”, afirmou Lula.

A fala vai ao encontro do principal objetivo da visita: mostrar o Brasil como defensor do comércio global equilibrado e buscar ampliar acordos bilaterais com a Rússia, principalmente em setores estratégicos como:

• Energia e defesa
• Ciência e tecnologia
• Educação
• Agricultura, com foco especial na importação de fertilizantes, item vital para o agronegócio brasileiro.

📈 Comércio em alta, mas ainda desigual

Em 2024, o fluxo comercial entre Brasil e Rússia alcançou US$ 12,5 bilhões, consolidando Moscou como um parceiro importante para o Brasil. No entanto, o saldo ainda é negativo para os brasileiros, já que grande parte das exportações russas é composta por fertilizantes, enquanto o Brasil exporta principalmente alimentos.

A expectativa do governo é equilibrar essa balança comercial, diversificando as exportações e atraindo investimentos russos em áreas de interesse mútuo.

🌍 Um cenário de tensão internacional

A visita também tem um peso simbólico importante. Com os Estados Unidos adotando uma postura protecionista e a guerra da Ucrânia ainda em curso, o gesto de Lula indica que o Brasil busca autonomia diplomática e comercial, mantendo relações tanto com o Ocidente quanto com países que enfrentam sanções.

Além disso, reforça a linha que o Brasil vem seguindo nos fóruns internacionais: defesa da multipolaridade e da não submissão a blocos econômicos únicos, como defendido nas reuniões dos BRICS e do G20.