“Hands Off!”: Milhões saem às ruas nos EUA em protesto contra Trump e sua agenda política
Em um dos maiores protestos desde seu retorno à presidência, milhões de americanos participaram no último sábado (6) da mobilização nacional “Hands Off!”, um grito unificado contra o governo de Donald Trump. Manifestantes tomaram as ruas de cidades em todos os 50 estados dos EUA, com atos realizados em frente a prédios do governo, sedes do Congresso, centros urbanos e até mesmo na icônica National Mall, em Washington, D.C.
Protesto em massa supera expectativas
De acordo com os organizadores, o número de participantes superou todas as projeções: cidades como Raleigh, na Carolina do Norte, que esperavam cerca de 2 mil pessoas, registraram público de mais de 45 mil. Em Nova York e Washington, o número de manifestantes ultrapassou os 100 mil em cada cidade. Ao todo, foram mais de 1.100 eventos simultâneos organizados em todos os estados norte-americanos.
A adesão maciça forçou até a Casa Branca a cancelar seus tradicionais passeios de primavera nos jardins presidenciais, um reflexo da força política e simbólica do movimento.
Por que estão protestando?
O movimento “Hands Off!” surgiu como resposta às recentes decisões e políticas adotadas por Trump desde seu retorno à Casa Branca. Entre os principais pontos de contestação estão:
- A reversão de políticas de diversidade, equidade e inclusão em agências federais;
- Novas tarifas de importação anunciadas sem diálogo com o Congresso;
- Cortes em massa de empregos federais, muitos deles atribuídos ao programa DOGE — agora liderado por Elon Musk, nomeado como conselheiro não eleito, o que gerou críticas severas à falta de transparência;
- Críticas ao Projeto 2025, uma agenda ultraconservadora que, embora negada por Trump, já estaria sendo implementada, segundo analistas;
- O avanço de medidas anti-imigratórias e deportações em massa.
Além disso, ativistas pró-Palestina também marcaram presença em vários atos, levando sapatos infantis para representar crianças mortas no conflito entre Israel e Hamas, ampliando o escopo das manifestações.
Cartazes, gritos e criatividade em todo o país
As imagens dos protestos viralizaram nas redes sociais. Em Boston, uma manifestante se vestiu como a Estátua da Liberdade acorrentada, enquanto em Nova York, cartazes com frases como “Power to the People” e “Cowards in Congress” tomaram conta das ruas.
Outros slogans curiosos incluíam “ELON, don’t be a DOGE BAG”, em referência a Elon Musk, e “VAGINAS UNITE!”, uma crítica direta às políticas reprodutivas da nova gestão.
Em Lansing (Michigan), St. Paul (Minnesota) e Boston (Massachusetts), os protestos também reuniram multidões sob frio intenso, demonstrando o alto grau de mobilização da sociedade civil.
E agora?
O impacto das manifestações ainda será medido nos próximos dias, mas já é claro que o recado foi dado: grande parte da população está atenta, organizada e pronta para resistir ao que considera retrocessos democráticos.
Com a popularidade de Trump ainda dividindo o país e as eleições legislativas se aproximando, o movimento “Hands Off!” pode se tornar um dos principais polos de oposição ao seu governo nos próximos meses.



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