O ex-presidente Donald Trump voltou a intensificar sua ofensiva contra políticas de diversidade e inclusão (DEI) em grandes corporações. Agora, a Disney e sua emissora ABC estão na mira de uma investigação da Comissão Federal de Comunicações (FCC), que busca avaliar o impacto dessas políticas dentro das decisões empresariais do gigante do entretenimento.

E não para por aí. Outras redes de comunicação, como CBS e NBC News, também estão sendo analisadas por supostamente adotarem critérios de diversidade em seus processos internos. Além disso, empresas francesas que possuem contratos nos EUA foram notificadas para se adequarem às novas diretrizes que restringem políticas inclusivas.

O Que Está em Jogo?

A Disney tem uma longa tradição de fomentar diversidade em suas produções. Uma das regras internas da companhia exige que 50% dos personagens de seus conteúdos pertençam a grupos historicamente sub-representados. Esse compromisso reflete a estratégia da empresa de tornar seus produtos mais inclusivos e alinhados com as mudanças sociais.

Contudo, para o governo Trump, essas diretrizes podem configurar “discriminação às avessas”. O argumento central da investigação é que a Disney e outras empresas usaram critérios de raça e gênero para decisões corporativas, favorecendo determinadas contratações com base nessas características, em vez de focar exclusivamente em mérito e desempenho.

Meritocracia x Inclusão: O Grande Debate

De um lado, defensores das políticas de diversidade argumentam que essas iniciativas são essenciais para promover equidade e oportunidades para grupos historicamente marginalizados. Além disso, estudos indicam que equipes diversas costumam ser mais inovadoras e produtivas.

Do outro, a administração Trump reforça sua posição de que critérios como cor da pele, gênero e orientação sexual não devem interferir em decisões corporativas. Segundo essa linha de pensamento, a igualdade de oportunidades deve ser pautada exclusivamente na capacidade e competência dos profissionais.

Um Passo Além

A ofensiva contra as políticas DEI faz parte de um movimento mais amplo do governo Trump para eliminar diretrizes de diversidade que haviam sido implementadas durante administrações anteriores. No próprio governo federal, essas políticas já foram removidas. Agora, a estratégia parece mirar diretamente nas gigantes do mercado, como a Disney, visando influenciar como as empresas privadas lidam com a questão.

O desdobramento dessa investigação pode ter um impacto significativo no cenário corporativo americano. Caso Trump consiga impor novas restrições, outras empresas podem ser pressionadas a revisar suas abordagens sobre diversidade e inclusão. O embate entre meritocracia e representatividade está longe de acabar — e a Disney agora se encontra no centro dessa batalha.