A Polêmica Aquisição do Banco Master pelo BRB: Negócio Bilionário Gera Debate no Mercado
O Banco de Brasília (BRB) acaba de anunciar uma movimentação estratégica que está causando grande repercussão no mercado financeiro: a aquisição de 58% do Banco Master, sendo 49% das ações votantes. Apesar da transação bilionária, o fundador do Master, Daniel Vorcaro, permanecerá no comando da instituição.
Com essa operação, o BRB expandirá consideravelmente sua base de clientes, saltando de 9 milhões para 15 milhões de correntistas, e também dobrará seu volume de ativos, que passarão de R$ 61 bilhões para R$ 112 bilhões. A aquisição, estimada em cerca de R$ 2 bilhões, é uma das maiores dos últimos anos e está movimentando intensamente os bastidores do mercado, especialmente entre os grandes players da Faria Lima.
Por que a compra está gerando tanta polêmica?
Embora seja um movimento ousado de expansão, a aquisição não foi recebida com bons olhos por todos. Há um forte ceticismo em relação ao Banco Master, que não goza de grande confiança no mercado financeiro. E há vários motivos para isso:
- Crescimento acelerado e arriscado: Desde 2021, o Banco Master multiplicou seu patrimônio em 10 vezes e ampliou sua carteira de crédito em 5 vezes, muito disso baseado na captação de recursos através de CDBs que oferecem taxas agressivas de até 140% do CDI — muito acima do que grandes bancos costumam pagar (cerca de 100% do CDI).
- Base patrimonial questionável: Parte significativa do capital do Banco Master está lastreada em precatórios, ou seja, títulos de crédito baseados em ações judiciais contra governos, cujo recebimento pode ser demorado e incerto.
- Carteira de crédito arriscada: O banco tem um histórico de conceder empréstimos a empresas em dificuldades financeiras, o que levanta preocupações sobre o risco de inadimplência.
O peso da participação de um banco público
A aquisição fica ainda mais controversa pelo fato de o BRB ser um banco público. Muitos analistas e especialistas do setor financeiro enxergam a compra como uma “salvação” do Banco Master, que poderia estar prestes a enfrentar dificuldades para honrar suas obrigações financeiras devido ao alto rendimento oferecido em seus títulos.
Por outro lado, o presidente do BRB defende a aquisição, argumentando que a integração entre os bancos trará ganhos estratégicos e aumentará os dividendos pagos ao Distrito Federal. Além disso, ele garantiu que os precatórios — um dos pontos mais sensíveis do Master — ficarão de fora do acordo.
O Banco Central vai aprovar?
A grande questão agora é se o Banco Central dará o aval para a operação. A discussão está quente nos bastidores da Faria Lima, e algumas fontes especulam que a aquisição pode não passar pelo crivo de Gabriel Galípolo, atual diretor do BC, e sua equipe.
Se o negócio for aprovado, o BRB se consolidará como um dos principais players do setor bancário no país. Caso contrário, o mercado seguirá atento para entender o que acontecerá com o Banco Master e os impactos da decisão para seus investidores e clientes.



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